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9 perguntas sobre o Open Finance não-regulado

Desde a implementação do Open Finance pelo Banco Central, em fevereiro de 2021, o sistema está evoluindo rapidamente para um ambiente financeiro mais transparente, englobando diversas fontes de dados e democratizando o acesso aos mesmos. Mas, além do ambiente regulado pelo BC, o ecossistema de Open Finance já apresenta resultados positivos e cases em produção através do Open Finance não-regulado – ou iniciativa de mercado. 

Para explicar como esses sistemas funcionam e se relacionam, o Bruno Chan, CEO e cofundador da klavi, respondeu ao “Open Finance Mega Report 2022” da Let´s Open 9 perguntas sobre o Open não-regulado. Confira! 

O que é o Open Finance não-regulado? 

Embora não exista um conceito técnico ou pré-definido sobre o que seria o Open Finance não-regulado, podemos defini-lo de forma geral como o conjunto de iniciativas conduzidas por instituições que atuam fora do ecossistema do Open Finance, mas que visam atingir as mesmas finalidades. Ou seja, algumas instituições utilizam tecnologias que não necessariamente fazem parte do ambiente regulado do Open Finance com o objetivo de prover serviços, produtos e vantagens semelhantes àquelas que seus clientes e usuários teriam ao utilizar features específicas do Open Finance. 

Qual benefício em utilizar o Open Finance não-regulado?  

A utilização em larga escala do Open Finance regulado ainda levará algum tempo para ocorrer. O Open Finance não-regulado traz diversos benefícios: 

– Praticidade: o uso de tecnologias fora do ambiente regulado pode se mostrar mais simples, rápida e prática para instituições e usuários.
– Foco na tecnologia em benefício do usuário e do regulador: a livre iniciativa fora do ambiente regulado permite o desenvolvimento de melhorias nos produtos oferecidos e tecnologias utilizadas que não necessariamente encontram-se restritos aos limites regulatórios. Esses avanços poderão ser oportunamente utilizados para refinar o próprio ambiente regulado.
-Concorrência: Além da democratização do uso de dados financeiros, o uso de mecanismos fora do Open Banking regulado tende a aumentar a competitividade do setor financeiro. 

Screen scraping é tudo igual? 

Em conceito, sim – o screen scraping é uma metodologia específica de extração de dados de uma determinada página de internet por meio de uma tecnologia que consegue fazer a leitura e armazenamento desses dados. No entanto, embora o conceito de extração seja sempre o mesmo, o processo de extração em si pode variar conforme sistemas utilizados, dados a serem extraídos, dentre outras questões. 

Qual o cenário do Open Finance não-regulado no Brasil? 

Embora positivo, considerando o avanço tecnológico e a maturidade do sistema bancário brasileiro, não é fácil realizar projeções sobre o ambiente não regulado do Open Finance no Brasil. Por conta disso, não há como prever se o Banco Central e demais autoridades do sistema financeiro nacional permitirão a realização de atividades exclusivas do Open Finance fora do ambiente regulado, como forma de garantir segurança, padronização e equidade entre os participantes do mercado. Neste momento, ainda não há qualquer indicativo de que o Banco Central realizará qualquer restrição que possa impactar o mercado não regulado de forma substancial. No entanto, mudanças podem ocorrer a depender de como o sistema progredir 

Quais os tipos de dados podem ser capturados pelo não-regulado? 

Quaisquer dados cuja coleta não seja vedada em razão de norma podem eventualmente ser capturados via ambiente não regulado, como por exemplo, dados de identificação (nome, CPF ou RG) e dados financeiros (transações de débito, transações de crédito, rendimentos, investimentos, tributos, previdência, entre outros) 

É possível misturar o Open Finance regulado com o não-regulado? Como? 

Sim, é possível. Algumas instituições bancárias (S1 e S2) já utilizam o Open Finance regulado na coleta dos dados e o não-regulado para padronização e categorização desses dados, por exemplo. 

Quais cases estão em produção? Qual a diferença desses cases para os de Open regulado? 

Todos os cases estão em produção. A grande diferença é que o não-regulado está mais maduro, existem clientes da klavi que utilizam o serviço desde 2019. A curva de aprendizagem está mais evoluída, já que conseguem analisar um volume de dados considerável. Dentro do contexto da experiência do usuário, existe um fator importantíssimo que é o feedback do usuário. Nossos clientes estão recebendo diariamente feedbacks dos seus usuários para aprimorar as soluções e as funcionalidades. Dentro do escopo do regulado, a Klavi tem construído um case com o banco BV, no qual foi construído um monitoramento sobre a qualidade dos dados advindos via API de Open Finance. 

Existem diferenças na conversão? Número de pessoas que tentam compartilhar os dados e número de pessoas que têm sucesso. 

A conversão para aceite de compartilhamento de uma conta bancária varia conforme o valor proposto pela empresa e o valor percebido pelo cliente. Quando o valor proposto está muito claro, como gestão financeira por exemplo, a conversão é alta. Por outro lado, notamos um desafio grande ao tentar gerar valor para o mundo de crédito. Aqui, existem fatores que devem ser considerados em conjunto e uma vez que a empresa esteja confiante para modificar a sua política de crédito com base nos dados de Open Finance, vimos que a conversão aumenta, pois o benefício oferecido para o usuário final é real. A experiência do usuário não é apenas uma simples jornada dentro do compartilhamento, mas um contexto geral, desde o que é ofertado até o quão transparente é o benefício e a empatia do usuário. 

Como você enxerga o convívio do Open Regulado e não-regulado no futuro? 

Entendemos que ambos os sistemas podem e devem conviver de forma harmônica e complementar, pois não são excludentes entre si. Considerando a atual legislação em vigor, entendemos que, observadas as regras aplicáveis ao setor e assegurados direitos mínimos aos consumidores, não deve haver restrições à livre iniciativa e concorrência entre os participantes do setor. Quanto menor o número de restrições impostas pela regulação, maior a concorrência e probabilidade de oferta de melhores serviços para os consumidores. Nossa visão é que o Banco Central e demais órgãos do sistema financeiro nacional lidam com o tema desta mesma forma, de modo a incentivar a inovação mesmo fora do ambiente regulado em benefício do público em geral. 

Confira o conteúdo completo do Open Finance Mega Report 2022! 

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